Para longe de mim
Equilibrando-me
sobre o fio esticado
entre sonho e juízo
prestes a estatelar-me
na rudeza dos fatos
prestes a alçar vôo
rumo a pouso impreciso
Para longe de mim
A ressonância da tua voz
provoca tremores
muda o curso da libido
no murmúrio raso
do discurso fluido que escorre
para minhas profundezas
Para longe de mim
Que a figura
debruçada na janela irreal
seja a imagem colhida
pela menina em meus olhos
a ostentar indiferença
Estrela longínqua
refletindo silêncio
no mar
Iriene Borges
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
terça-feira, 28 de outubro de 2008
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Auto-Retrato Abstrato
Acontece que o nível decai
e cada dia se aceita menos
Os olhares doídos
e os hálitos pútridos
ameaçam entrar em mim
contaminando
qual entidade funesta
a conspurcar a vontade
Tenho ímpetos de morrer
se em meio à vida
e anseio viver
ao deparar com a morte
Meu destino é branco
para riscar a loucura
e refutar a sanidade
em fúrias negras
Temo o tédio, o ordinário
e a insensibilidade iminente
Prefiro que a vida doa
e quando dói não suporto
Na superfície sinto nada
ricocheteia o nada
arde o nada
Me corrói o nada
Iriene borges
e cada dia se aceita menos
Os olhares doídos
e os hálitos pútridos
ameaçam entrar em mim
contaminando
qual entidade funesta
a conspurcar a vontade
Tenho ímpetos de morrer
se em meio à vida
e anseio viver
ao deparar com a morte
Meu destino é branco
para riscar a loucura
e refutar a sanidade
em fúrias negras
Temo o tédio, o ordinário
e a insensibilidade iminente
Prefiro que a vida doa
e quando dói não suporto
Na superfície sinto nada
ricocheteia o nada
arde o nada
Me corrói o nada
Iriene borges
sábado, 4 de outubro de 2008
Eu vi uma mulher morrer
Em seu rosto todas as idades
pereceram serenamente
De seus olhos lembranças
jorraram até secar
De sua boca suspiros vários
em seu último alento
Eu dormi em seu corpo
rígido e frio, até de manhã
Quando acordei me recobria
sua carne dura e seus ossos
me aprisionavam severamente,
estrangulavam-me a alma
Eu não me debati
Sequer tentei gritar
Mas tinha fome de viver
e comecei a mastigar
Iriene Borges
pereceram serenamente
De seus olhos lembranças
jorraram até secar
De sua boca suspiros vários
em seu último alento
Eu dormi em seu corpo
rígido e frio, até de manhã
Quando acordei me recobria
sua carne dura e seus ossos
me aprisionavam severamente,
estrangulavam-me a alma
Eu não me debati
Sequer tentei gritar
Mas tinha fome de viver
e comecei a mastigar
Iriene Borges
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Delírio
No pensamento a tua ausência é leve.
A tua ausência é lisa, tua ausência é rasa,
e desmancha-se no meu corpo em brasa
como inúmeros brancos flocos de neve.
Nos meus sentidos dados à minúcia
a tua ausência tem um peso de aura,
um porte de musa, uma doçura rara,
silêncio de prece, delirante fragrância.
E ela é tão suave, mesmo sendo constante
que às vezes em devaneio me surpreendo
dando atenção à idéia errante
de que existe um elo permanente.
E nem por força da vontade me desprendo
da sensação de que estás presente.
Iriene Borges
http://www.bardoescritor.net/ezine.html#Del%EDrio
A tua ausência é lisa, tua ausência é rasa,
e desmancha-se no meu corpo em brasa
como inúmeros brancos flocos de neve.
Nos meus sentidos dados à minúcia
a tua ausência tem um peso de aura,
um porte de musa, uma doçura rara,
silêncio de prece, delirante fragrância.
E ela é tão suave, mesmo sendo constante
que às vezes em devaneio me surpreendo
dando atenção à idéia errante
de que existe um elo permanente.
E nem por força da vontade me desprendo
da sensação de que estás presente.
Iriene Borges
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