terça-feira, 13 de outubro de 2009

Tarja Preta

Tua voz tange minha retina
indeferidos brados
ribombam no céu da boca


Sismo
catarses violetas
entredentes dissipo o eco
em beijos acres


A cidade alucina
Entre o crepúsculo brocado
E a sombra seda fosca


Cismo
tinjo as tarjas pretas
verde, champanhe, prosecco
delírio tinto em cristal ocre


O raso é sem fundo
quando desfraldas tuas velas
entre o inefável e o hostil

pelo vidro vejo o mundo
que desbota e amarela
sob teu olhar incivil.

Rosa Cardoso e Iriene Borges
Foto: Iriene Borges