Começa metálico na boca
Escorre corrosivo na garganta
E gorjeia em meu estômago
Pássaro flamejante
A revirar o meu avesso
Latejo em espasmos suspensos
Entre a fome e a náusea
O desalento já fez ninho
Em meus cabelos.
Iriene Borges
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
domingo, 17 de agosto de 2008
Espólio
Meu coração pulsa moroso, ressentido.
Em vigília, a poesia dele se compadece
e terna o inspira enquanto ele tece
o verso, para ludibriar o gemido.
Iriene Borges
Em vigília, a poesia dele se compadece
e terna o inspira enquanto ele tece
o verso, para ludibriar o gemido.
Iriene Borges
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Compulsão.
Essa raiva que você come,
sem modos,
nesse banquete
de sombras e medos,
não sacia,
apenas incita a imensa fome.
Na primeira lambida
é doce a vida.
Na segunda escapa o sabor à língua.
E a mordida principia
o desmanchar precoce
da alquímica receita de ilusão
na sua boca.
E você aperta entre dentes o ar,
a esmagar
qualquer indício de satisfação.
Iriene Borges
sem modos,
nesse banquete
de sombras e medos,
não sacia,
apenas incita a imensa fome.
Na primeira lambida
é doce a vida.
Na segunda escapa o sabor à língua.
E a mordida principia
o desmanchar precoce
da alquímica receita de ilusão
na sua boca.
E você aperta entre dentes o ar,
a esmagar
qualquer indício de satisfação.
Iriene Borges
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Liberdade e Aflição
Onde está esse grito?
Em qual deserto de palavras?
Em qual oceano de pranto?
Estará, difuso em espasmos,
embalando um sonho morto?
Ou embargado pelo suspiro
aliviado da última esperança
fero, ata-me a garganta?
Onde está esse grito,
liberdade e aflição,
que eu evito?
O débil impulso
que ruma à garganta
mas desvia o curso
minuto após minuto
Onde está esse grito,
liberdade e aflição,
que eu evito?
Em qual abismo-
o de árido silêncio
ou de enfático cinismo-
abafo meu grito?
Sempre este rito
de hábil dissimulação
e prático comodismo
ata meu grito.
Impróprio e proscrito.
Dissipa-se na garganta.
Propaga-se no infinito!
Iriene Borges
Em qual deserto de palavras?
Em qual oceano de pranto?
Estará, difuso em espasmos,
embalando um sonho morto?
Ou embargado pelo suspiro
aliviado da última esperança
fero, ata-me a garganta?
Onde está esse grito,
liberdade e aflição,
que eu evito?
O débil impulso
que ruma à garganta
mas desvia o curso
minuto após minuto
Onde está esse grito,
liberdade e aflição,
que eu evito?
Em qual abismo-
o de árido silêncio
ou de enfático cinismo-
abafo meu grito?
Sempre este rito
de hábil dissimulação
e prático comodismo
ata meu grito.
Impróprio e proscrito.
Dissipa-se na garganta.
Propaga-se no infinito!
Iriene Borges
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