domingo, 10 de maio de 2009

Danizinha
Foto: Iriene Borges

Acode-me a náusea

Abrupta transmutação
e quase me desperdiço
bálsamo sobre tua chaga

Nenhuma redenção emerge
do ímpeto que me traga

Rememoro teus pecados
num rosário de espinhos

e perfumes

Mas a lucidez agride
cada sonho que elaboro

Acode-me a náusea

Transeunte permeável
aos pruridos da miséria
cuja humanidade desvanece
num lapso
de profunda mortificação

eu passo


Iriene Borges