Eu também grito.
Dentro há um poço
escuro, aonde vejo
a minha face
e a perco no infinito.
Eu também blasfemo
de modo grosso
o feitiço malfazejo
sob cujo passe gemo.
Eu também imploro
a piedade alheia.
Ou de deus, em Cristo.
Sem esperar piedade.
Há fé.Basta. Eu oro.
Eu também perco o decoro.
A vida fede, é suja e feia
e a palavra exprime isto
em sua total atrocidade.
Eu sei. E faço. É desaforo
Eu também prometo
voltar atrás. Desejo
suscitado pela vergonha
dessa pobre reação
de explosão e ímpeto.
Mas há o meu rosto
esfacelado, e não vejo
algo que o recomponha
em totalidade e perfeição
sem pôr nele meu oposto.
E o oposto é a vida
Que fede, é suja e feia
Iriene Borges
quarta-feira, 17 de junho de 2009
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Súplica ao meu assassino
Cala-me suavemente.
Cessa o estertor violento
de minha verve lírica
em vísceras alheias,
vertendo, de tua boca lacerada,
o sumo que alimenta
o meu sentir intensamente.
Deita-me languidamente,
entre versos brancos
e a tessitura vaporosa
de silêncios enternecidos.
Acomoda em meus contornos
tua alma sinuosa
Deixa-me repousar
às margens da vertigem.
E antes que se dissipe
o êxtase de minhas veias,
e eu pereça lentamente
no torpor da tua ausência
mata-me
delicadamente.
Iriene Borges
Cessa o estertor violento
de minha verve lírica
em vísceras alheias,
vertendo, de tua boca lacerada,
o sumo que alimenta
o meu sentir intensamente.
Deita-me languidamente,
entre versos brancos
e a tessitura vaporosa
de silêncios enternecidos.
Acomoda em meus contornos
tua alma sinuosa
Deixa-me repousar
às margens da vertigem.
E antes que se dissipe
o êxtase de minhas veias,
e eu pereça lentamente
no torpor da tua ausência
mata-me
delicadamente.
Iriene Borges
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