domingo, 15 de novembro de 2009




(Eu) Gênia Ariana



A fumaça cinzela meu vulto no vento
suspensa
trespassa-me a paralisia do sofrimento

para o cativo
serei augúrio da degradação
para o algoz da gloria


Desde que o primeiro homem
burlou a inconsciência
um rubor de chama e sangue
mancha minha memória.

Subverte-se a hierarquia
da criação
No encalço da perfeição
a perfídia devasta a terra

O espírito é banido da matéria
e os gênios buscam exílio
na desolação sidérea


Expatriada como a judia
enjeitada como cigana
choro

eu

Ariana


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O Triste caso do esboço que ficou melhor do que pintura:

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Gavetas

Flerte III

Há algum tempo
que percorro em passos tímidos
a tua superfície

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Frestas

Chuva vermelha

Não curto pessoas

O oposto do homem
magra e negra
anel no dedo mindinho
reflete meu estado de espírito
relógio grande, redondo, preto e metálico
cortina de sangue

Turbulência, dança frenética da vida

Um abraço como chocolate

Gato preto
bonecas fantasmagóricas
calça xadrez

Bad Pain

Amor Solitário

De bruços, dormindo sobre o túmulo do sonho

Botina bonita
chocolate amargo

Sou minha própria referência

Lábios cor de vinho
lábios sabor vinho
piercing

Rude e ingênua observação

Boa Dor

Anel no polegar

Hábito= tédio
melhor de trás pra frente

Sobreposição
música
rítmo
pés bonitos
cortina lilás

Eu, Feliz de não ser você

Odeio como me sinto
sobre pessoas solitárias
armários amarelos

Pratico
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Caniço Pensante

Eu quero esse visual, sombrio mas elegante
sem discernir o nada
do pouco que tenho

Me agradaria dizer
algo que tivesse real significado

Divido espaço com criaturas estranhas

Quero dormir
pra não ruminar
na gritante incapacidade de agir
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Flash

Um quase nada de remorso
testemunha teu anseio
pela rosa quase nuvem
sem contar que a colheita
desintegra o sonho
como açúcar na água
(sem o doce)

Desfeita ilusão
na fluidez da consciência

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A bem da verdade
não conheço a fome
só a acidez que me digere
desde as entranhas
até as bordas do macrocosmo

(Sei do desejo com tanto nome
na tepidez da carne
que gere o prato
ou mais um orgasmo)

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Reciclado meu papel
esvoaçam dobraduras de silêncio

O não dito tem aderência e nervura
da nudez constrangedora
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Na contemplação
embainho
a mágoa mais incisiva

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Descensor

Esparramo
Mais epiderme
Retém-me o atrito

A borda pode estar no próximo passo.
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prognóstico

Não leio o futuro
um verso

desabrocha no rochedo.

Som
entre meus lábios
e a suspeição de arremedo

Iriene Borges