quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Tantativa n° 11

Viceja a dor que não rasga o silêncio

Da linha puida do destino teço flores
e tranço cordas para enforcamentos postergados

Espero. O crepúsculo
tem sempre uma cor nova e inclassificável
em qualquer cartela - ontem um veludo azul escuro
velava o poente e a lua. Bom augúrio
para os amantes encontrados
e para as meninas que esperam-
a liberdade é mesmo azul e infinita
embora os limites de azulejo.

Para cada cristal de sal na face escondo uma pérola
no pote de açúcar ao fim do arco-íris

Iriene Borges da Silva

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

tentativa n° 9

Versifico

para ver

se fico




Iriene Borges da Silva
Foto: Iriene Borges da Silva

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Luz vulnerável


Eu procuro palavras cheias de esplendor.
Que pareçam simples, mas grandiosas
e retratem com medidas cuidadosas
minha ambição e a miséria interior.

E que transmitam meu amor imperfeito
à arte e à beleza inesgotável da vida.
Através delas minha sensibilidade vertida
em cada coração como se no meu peito.

E digam que vejo tão longe e profundo.
E sinto tanto e tudo tão perto, e voraz,
desejo tudo que vejo e tudo temo demais.
No intento de acertar eu me confundo.

Assim, ouso tentar adestrar o intelecto
para esculpir uma imagem trinunfante
sobre esta alma ingênua e petulante
Encobrindo a fragilidade que detecto

Enquanto insuflo verbos de energia
aturde-me o gosto dúbio da verdade
e dilui-se tênue visão da liberdade
em minha própria alma escorregadia

Iriene Borges

Foto: Iriene Borges