quinta-feira, 22 de abril de 2010
Eros e Tânatos
Náufrago em mim mesmo, a procuro
Entre suas pernas o afogamento
Esvazio aos arremessos
que a vida não se desprega num só rasgo,
não se desentranha na descarga
de um único orgasmo
Há sempre um último deleite a ser tragado
E ela sabe
Me recebe
Me insere na argúcia estrutural da prosa,
na poesia cadenciada dos encaixes
Adere dos ímpetos até os ossos,
seus feixes tecidos de névoa e mucosa
E eu apenas falo, falo e falo
até desaparecer
É quando ela se constringe
fecha ao meu redor e secreta
o silencio absoluto.
Mas finge
Sei de cor o repertório dos ardis
que enleia o embuste feminino
quando goza menos do que quis
Dissimulada desabrocha devagar,
desarvora aflitivos perfumes,
entreabre o corolário dos possíveis
e impregnado dos ungüentos do ciúme
sou assaltado novamente
por tudo que ansiava abdicar
Resvalo para fora
Ela não chora
Ao afago oferta o calo, nunca o âmago
Cumpre ocultar o desamparo, me visto,
guardo o estilete no bolso
Retrátil acendo um cigarro, degusto,
e ainda tenho o pulso de ostentar a marra
de quem só tirou um sarro
Sem palavra avanço
ela é como as outras
quer tudo, e não me alcanço.
Iriene Borges
Entre suas pernas o afogamento
Esvazio aos arremessos
que a vida não se desprega num só rasgo,
não se desentranha na descarga
de um único orgasmo
Há sempre um último deleite a ser tragado
E ela sabe
Me recebe
Me insere na argúcia estrutural da prosa,
na poesia cadenciada dos encaixes
Adere dos ímpetos até os ossos,
seus feixes tecidos de névoa e mucosa
E eu apenas falo, falo e falo
até desaparecer
É quando ela se constringe
fecha ao meu redor e secreta
o silencio absoluto.
Mas finge
Sei de cor o repertório dos ardis
que enleia o embuste feminino
quando goza menos do que quis
Dissimulada desabrocha devagar,
desarvora aflitivos perfumes,
entreabre o corolário dos possíveis
e impregnado dos ungüentos do ciúme
sou assaltado novamente
por tudo que ansiava abdicar
Resvalo para fora
Ela não chora
Ao afago oferta o calo, nunca o âmago
Cumpre ocultar o desamparo, me visto,
guardo o estilete no bolso
Retrátil acendo um cigarro, degusto,
e ainda tenho o pulso de ostentar a marra
de quem só tirou um sarro
Sem palavra avanço
ela é como as outras
quer tudo, e não me alcanço.
Iriene Borges
domingo, 18 de abril de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Quanto os Fantasmas confabulam
A cama sussurra que o conforto destoa
Quanto os fantasmas confabulam em duas horas de repouso?
Ouso os ossos no tapete
nas arestas de um frio
que recrudesce o outro
-o de fora mais tinge e menos magoa
Grudo a orelha gótica no porcelanato
Modulo o silêncio
no sintético obtido em fogo alto
E sedimento adormeço escuro basalto
Acordar?
É uma arte obtusa....
tilintar de cílios pétreos
trucidar de vista
depreciar águas-marinhas
em veios ametista
Iriene Borges
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)